quarta-feira, 8 de julho de 2009

Conselhos de um velhinho

Aproveitando as horas de "folga" das manhãs antes ocupadas pelas aulas, encontrei algumas "raridades", das quais há tempo não via. A começar por um vídeo encenado pelo personagem que atua nos antigos textos medievais. Acompanhada de uma orquestra, a figura toma o centro e começa a recitar algo que parece vir de algum lugar distante. O silêncio da platéia ecoa as frases ditas pelo Menestrel. A voz forte e a expressão no rosto reforçam o sentido das palavras: “depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança.”. Seriam conselhos de alguém que já viveu por muito tempo?

Deixei o vídeo tocar e tocar, e tocar, mais de uma vez. A voz não estava mais apenas na tela do computador, já repercutia na cabeça. O personagem falava de derrota, de enfretamento, de amor e amizade, de família. Balançando-se de um lado para o outro, do outro para o um, o cantor e músico ambulante (menestrel) também disse dos atos humanos... “Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. (...) Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve. Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade...”. Talvez já naquela época, as pessoas tivessem certos problemas com a questão identidade.

Acredito não ser um texto de auto-ajuda, do tipo, faça isso ou aquilo, não se arrependa do que fez e blá,blá,blá. Ao ouvir e ver, imaginei o Menestrel um senhor, velhinho, contando as experiências que teve, como se quisesse ensinar o que a vida lhe mostrou, quase assim, um desabafo. Por isso, talvez, a utilização da terceira pessoa e da repetição do verbo “aprender”. Bonito apenas... construtivo, quem sabe?

Quanto à autoria, alguns atribuem ao poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. Outros, no entanto, dizem advir do texto “After a while” de Verônica Shoffstall. Pequeno grande problema de direitos autorais na internet. (Mas deixemos isso para um próximo post, caso contrário, a intenção inicial se perderá em uma discussão que não terá fim.)

Termino então com as últimas linhas do texto e com a imagem de que, ao final da fala, o Menestrel agradece e a orquestra recomeça sua combinação de notas... o som que sela o dizer do velhinho... “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.”


**Assista ao vídeo com a encenação do Menestrel

Um comentário:

Tiago Medina disse...

Histórias de velhinho quase sempre são ótimas pra ensinar alguma coisa.

beijo