quarta-feira, 1 de julho de 2009

Flanelinhas de carteira

Flanelinha, termo advindo do português europeu, traduzido por “arrumador de carros” ou apenas “arrumador”. Transeunte nos centros urbanos, representa a figura do trabalhador que ganha dinheiro através de pequenos serviços no trânsito. Atividade de muita honra, pois se não o fosse, quem auxiliaria os barbeiros a estacionar em uma vaga pequena junto ao meio fio da calçada? Com a ajuda de uma simples abanada de mão e um sinal de “ok”, os mais desajeitados atravessam o sufoco. O “obrigado” vem então acompanhado de moedinhas, ou notas, que agradecem a boa vontade.

Não mais com flanelas nas mãos, os guardadores ganham uma nova oportunidade na capital. De jaleco, calça, camisa branca e gravata, cerca de 20 “arrumadores” participaram da cerimônia que tornou legal a atividade por eles exercida. De carteira assinada, uniforme e identificação, eles agora têm profissão. E mediante o recebimento da famosa “esmolinha”, o motorista receberá um recibo que comprova os trocados dados. A pergunta é: será que vai funcionar?

Segundo dados da Smic (Secretaria Municipal da Indústria e do Comércio), Porto Alegre abriga mais de 3 mil guardadores ilegais. A partir de hoje, grupos passam a ocupar as zonas delimitadas e supervisionadas pela Brigada Militar. E os ilegais como ficam? Será que serão escamoteados pelos que agora são merecedores do posto? A iniciativa corrobora para o aumento de empregos em tempos de crise e de maiores oportunidades para a classe trabalhadora. Então, na dúvida, confie sempre nos que agora se apresentarem de uniforme e, ao final, não esqueça de solicitar o recibo, não mais pela ajuda, mas pelo trabalho dos flanelinhas.

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