tag:blogger.com,1999:blog-39253162656992419942024-03-05T19:33:17.249-08:00tudo isso, jornalismoAna Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-24418682850763161312010-11-05T05:40:00.000-07:002010-11-05T05:51:09.466-07:00Tudo isso, jornalismoCom o diploma nas mãos, um sorriso nos lábios, sonhos na cabeça. Jornalismo. Vontade de ir e vir de abraçar o mundo e por ele ser abraçada. Estar em todos os lugares. Participar, saber, conhecer.<br /><br />Sonhar o sonho não utópico, o sonho que é começo. Acreditar, ir atrás. A expectativa de fazer e de querer viver o que é. Nervosismo.<br /><br />Pensa o texto, escolhe o melhor ângulo, as imagens que guardarão o instante que a memória sozinha perderia com o tempo. Tudo isso, jornalismo.<br /><br />A pesquisa, a fala. Comunica, observa. Reúne.Jornalismo. <br /><br />Busca incessante. Exaustão que parece derradeira e que, de repente, leva a mais uma aventura, grande ou pequena, a mente que escolhe. Tudo e nada, desafios do saber. Do certo e do errado, do caminho a percorrer. <br /><br />Tudo isso, jornalismo. Dos mais bonitos. De olhar o trabalho pronto e sentir a alegria da satisfação ou o sentimento de que poderia ter feito ainda mais, melhor. Perceber que não tem fim, que amanhã sempre tem mais e de novo e o ciclo não se acaba, mas vai levando e vai fazendo ser... jornalista.<br /><br />Tudo isso, todas as emoções, todos os sentimentos, dedicação. O olhar vai sendo treinado e o coração é levado pela escolha da profissão. Tudo isso é jornalismo.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-84699124033860344582009-10-23T09:40:00.001-07:002014-03-16T16:57:16.032-07:00Um momento, apenasOntem, enquanto rumava ao trabalho, deparei-me com uma cena da qual ainda não consegui me desfazer. Nos poucos instantes em que olhei para fora da janela do ônibus, encontrei um menino sentado em um banco de uma praça deserta. Não havia ninguém mais no local. Nas mãos, tinha ele uma caneta ou um lápis talvez. À frente, sobre a mesa de madeira, um caderno. Ele olhava em direção ao horizonte e rabiscava algo na folha estendida. Será que estava a desenhar? Será que ensaiava as futuras linhas de uma poesia? Mas, parecia tão pequeno para isso tudo. Por que não brincava? Estava tão centrado em sua produção. Será que não tinha medo de ficar ali sozinho? E se chegasse alguém?<br /><br />A cena, talvez, faça ainda parte de meus pensamentos pela tranquilidade do garoto e pela nostalgia dos tempo em que me era permitido desenhar para escapar dos deveres diários; quem sabe até um certo desejo de lhe fazer companhia. Vontade de sentar ali e fazer do tempo o desenhar das ideias que correm na memória. Vontade de sentar em uma praça deserta em um dia ensolarado. <br /><br />Passei por lá hoje mais uma vez. Ele, no entanto, não mais fazia parte do cenário. O guri de, quem sabe, seus 10 anos já deve ter também muitas tarefas a fazer. Deveres da vida dita contemporânea...Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-56717228331087613202009-08-21T06:13:00.000-07:002009-08-22T06:21:37.049-07:00Sorrir só e só sentirE naquele mesmo tempo, passado e presente se uniram para seguir o futuro. As notas desenhavam a melodia que se espalhava pelo ar. O som batia nos objetos e ecoava nos ouvidos. Harmonias misturavam-se aos sonhos e ela projetava-se a um lugar que não mais existia, não como um dia fora. <br /><br />A sensação era a de que tudo o que estudara e lera e sempre quisera conhecer, tornava-se verdade concreta. "Então fez mesmo parte da história", pensava. As cartas, os instrumentos, as roupas, os olhares.<br /><br />Que nobres foram esses que com a mesma música sentiram o que ela hoje sente? Que pessoas foram essas, cujas aparências foram preservadas pelo que fizeram de suas vidas? Virtuoses de um passado, do presente e de um futuro eterno. Gênios de uma arte que não temia expressar a pureza do sentir. Homens que não mais habitam, personagens de um tempo infinito. <br /><br />E ali mesmo, os olhos marejados indicavam uma emoção vinda de algum lugar, mas não tinha com quem dividir, estava sozinha. Quis fingir não sentir, afastar tudo o que lhe vinha. Pensamentos, angústias, alegrias e tristezas. Quis ela disfarçar para que os outros não a vissem, mas também, estavam eles tão ocupados em tagarelar, talvez nem notassem. Ela preferia imaginar. <br /><br />E por não ter com quem compartilhar, aprendeu a sorrir só, a sentir só e só ficar. Naquele instante a música era sua companhia; a vontade de ali estar, a razão; o prazer de conhecer; os motivos; a novidade, o prazer. <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXKCWskw7JuRDqaOkKd9fXSF_8jWmRXr18m4wfUTVyAaVRNTHDk0K8LG-Kv2u9gHmZHZxoH8zP_dU2dkk0_JS90pBNvt1op6rwojHi5mBIo2-iWAORGi1eAutxswVOypb9klem805U8sUh/s1600-h/PIC_0003.JPG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXKCWskw7JuRDqaOkKd9fXSF_8jWmRXr18m4wfUTVyAaVRNTHDk0K8LG-Kv2u9gHmZHZxoH8zP_dU2dkk0_JS90pBNvt1op6rwojHi5mBIo2-iWAORGi1eAutxswVOypb9klem805U8sUh/s320/PIC_0003.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372406051637139746" /></a><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiTJcRsaatJAim0HGZeq6u0iaklNKk0oxzr3aJ1Hwq19KSCqA3ytl_HEpqB-jP0cWuME-YABk7KI4251wsa5KwdVUvTH-b_U3f3_hq5h4A0IN19egu6FMzEDmYDEccdow6axeBAFOB9brZ/s1600-h/PIC_0017.JPG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiTJcRsaatJAim0HGZeq6u0iaklNKk0oxzr3aJ1Hwq19KSCqA3ytl_HEpqB-jP0cWuME-YABk7KI4251wsa5KwdVUvTH-b_U3f3_hq5h4A0IN19egu6FMzEDmYDEccdow6axeBAFOB9brZ/s320/PIC_0017.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372406067745584418" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqAS4PKNmyaEwx9wTrx7y1D78y1darBP2AARe6ZcQblGdWoEPcGwVnW7Im_PfrtI6oRcJ2_LaNcnhE0VYeueiguAukIpGKh1ccWBN_-77Z0G_d_UgnaFVDdaRK02I2L9kCGW2pD9-R9sEK/s1600-h/PIC_0018.JPG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqAS4PKNmyaEwx9wTrx7y1D78y1darBP2AARe6ZcQblGdWoEPcGwVnW7Im_PfrtI6oRcJ2_LaNcnhE0VYeueiguAukIpGKh1ccWBN_-77Z0G_d_UgnaFVDdaRK02I2L9kCGW2pD9-R9sEK/s320/PIC_0018.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372406057632481362" /></a><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQVbe_40V6-r4eEhzrMkrGOeeYlZts2LTh9LdPjeweE_RwnoManaX3_zZ04deqEQF6Pfb_d5gDA4Zaa94Bxz8QkXTGeasmAV9Wpj5J7S5BEE5fj4UCbZ-MpU8neoYfv8-f1NKoC_3Obls6/s1600-h/PIC_0019.JPG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQVbe_40V6-r4eEhzrMkrGOeeYlZts2LTh9LdPjeweE_RwnoManaX3_zZ04deqEQF6Pfb_d5gDA4Zaa94Bxz8QkXTGeasmAV9Wpj5J7S5BEE5fj4UCbZ-MpU8neoYfv8-f1NKoC_3Obls6/s320/PIC_0019.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372406069229902658" /></a><br /><br />*Fotos: Casa de Mozart - Salzburg, ÁustriaAna Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-90750646029134458162009-08-05T19:15:00.000-07:002009-08-07T18:03:37.194-07:00No matter who you areAqui, lá, do outro lado.<br />Eles não se conhecem. Também não cantam igual.<br />Estão, pois, unidos pelo que lhes é comum, a música.<br />Ao percorrer o mundo, um certo alguém resolveu juntá-los... e olha o que aconteceu: <br /> <br /><br /><object width="320" height="265"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Us-TVg40ExM&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Us-TVg40ExM&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="320" height="265"></embed></object>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-33830066771351487572009-08-01T17:31:00.000-07:002009-08-01T22:53:09.575-07:00Utilidade do ócio<p>Já que as aulas foram adiadas, meu “ócio” matinal foi prorrogado por mais duas semanas. Isso significa: mais tempos para tudo! Inclusive para a descoberta de novas paixões. Abaixo, uma singela lista de minha mais nova idolatria, a música irlandesa tradicional; dos festivais às mesas de bar com uma facilidade invejável.<br />Bom proveito! </p><p> </p><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/69fMw7Q1kV4&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/69fMw7Q1kV4&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/bvkWyUBnEts&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/bvkWyUBnEts&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/L08VY0ruTJQ&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/L08VY0ruTJQ&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/DMsAZ9sL5Vs&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/DMsAZ9sL5Vs&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/rZSA02s4PDw&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/rZSA02s4PDw&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-25913388754797375142009-07-22T06:38:00.001-07:002009-07-23T19:54:07.383-07:00E assim como entram, se vão. É, bem assim, com a mesma facilidade. Às vezes, do nada, elas aparecem no nosso caminho, ou nós tropeçamos no delas. Pessoas que conhecemos, nos acostumamos, e que, de repente, somem para não mais voltar. E aí você tem que mudar tudo para se acostumar, e voltar... Como se o vento tivesse mudado a direção e as levado consigo. Pessoas que a gente aprende a gostar e conviver. Seres que nos fazem ser únicos e que nos tornam únicos pelo simples fato de nos mostrarem um outro jeito de enxergar a vida, de vivê-la.<br /><br />Nostalgia de momentos que o tempo aterrará.<br /><br />Vontade que uma tempestade mudasse novamente a rota dos sopros e as trouxesse para cá; sonho que o futuro esquecerá. Pessoas que para sempre vão ficar.<br /><br />*As fronteiras são longe... os estados nem tão pertos, as ruas da mesma Porto Alegre distanciam tanto quanto o outro lado é separado pelo oceano...Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-35608842075179474152009-07-17T07:34:00.001-07:002009-07-23T20:00:04.726-07:00Psicodélia dos velhos tempos...Sim, estou atrasada, eu sei. Mas ainda estou na semana, não? Treze de julho foi dia mundial do rock e, por isso, também decidi falar sobre ele. Não aquele, hoje, reproduzido por zilhões de bandas. Quero falar de um estilo que mistura o clássico erudito com o clássico pesado.<br /><br />Acontece que em outra das minhas atuais viagens pelos vídeos, encontrei mais uma raridade perdida entre os amontoados de streamings. E seguia assim... <em>“Cause it's time, it's time in time with your time and it's news is captured…for the queen to use…”.</em> Que news? Que queen?Captured por quem???<br /><br />O rock progressivo, também conhecido por prog rock ou apenas prog, surgiu no final dos anos 60, agregando ao som, então apresentado, pitacos do jazz e do clássico. Uma espécie de harmonia e recombinações que tornaram o estilo um pouco mais refinado, trabalhado e sob uma nova forma de interpretar as notas. Músicas mais longas e que valorizavam a parte instrumental, letras estranhas. Temas como fantasia, religião, guerra, amor, loucura, história, política. Vocais bem estruturados, que ressoam no ouvido como se não necessitassem de acompanhamento. A arte de sugar do ser humano tudo o que ele é capaz e só ele.<br /><br />Não vivi esta época, mas como queria ter desfrutado ainda mais as músicas de minutos infinitos, os antigos discos com apenas uma faixa; as palavras que pareciam não ter significado, e o significado escondido nas entrelinhas das metáforas; as viagens que o cérebro faz para entender... <em>"We're just two lost souls simming in a fish bowl, Year after year"</em> Como assim ? Que lindo! (lindo?)<br /><br />Houve um tempo em que dedicava (e não perdia, pois de longe, isto seria uma perda) tardes para decifrar letras como essas... E na viagem, tentei até descobrir o tom da chuva (acho que fiquei perto de um lá menor, ou maior, não lembro). Pode alguém achar ser coisa boba, mas se até Nietzsche dizia que a música oferece às paixões o meio de obter prazer delas e que sem ela a vida não teria sentido, então acho que não posso me considerar tão inadequada, posso?<br /><br />Não querendo comparar com o que, hoje, muito toca nas rádios (mas, já o fazendo),onde estão as músicas que fazem pensar? Que não dão de graça o significado direto? Que escondem e que podem deixar a imaginação adivinhar? ...Culpa do tempo? Das gerações? De uma sociedade acomodada com o que é mais fácil de ouvir e compreender?<br /><br />Culpa de nada, coisa alguma, só os anos que passaram e nós (nós?) não somos o que eram nosso pais, avós, tataravós ... Enfim, na semana do rock, queria então voltar a pensar em ter um pouco mais de tempo para ele... só espero conseguir.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-76592277820499897112009-07-09T07:20:00.000-07:002009-07-23T20:06:41.125-07:00...E naquela mesma montanha, onde do mundo esqueceu, havia um monumento, uma passagem. Passagem? Como assim, uma passagem? Há quem diga ser...Na dúvida...Em lugares como este, não importa o que seja, o que tenha ou pareça, para cada um pode ser o que quiser. Achava ela não ser um simples monumento perdido no meio do nada, do verde coberto pelo branco, do fundo acinzentado pelo tempo. Também não era sonho, porque pessoas passavam por ali, e conversavam e iam e outras chegavam. Ela olhava para aquilo tentando achar uma resposta ou um sentido... mas será que precisa ter? Por que não, imaginar que simplesmente fora construído por acaso? Troço que encuca. Ainda não descobriu o que é... talvez não necessite saber...<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYturIwNVGkzqmgj4XktwSmkDk3QnCfgIHA1D0-viMpPEru6_hp9yKkurC8JSQANaC_jAan1vo56N7zfwkY2gpNVXBkx28RO2m6GteUiOQwgHvQxUQsE1MQXqk8V4qIZFqe4tpLrgYHvOM/s1600-h/PIC_0010.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356465979202867314" style="WIDTH: 240px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYturIwNVGkzqmgj4XktwSmkDk3QnCfgIHA1D0-viMpPEru6_hp9yKkurC8JSQANaC_jAan1vo56N7zfwkY2gpNVXBkx28RO2m6GteUiOQwgHvQxUQsE1MQXqk8V4qIZFqe4tpLrgYHvOM/s320/PIC_0010.JPG" border="0" /></a><br /><div></div>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-24132191418870298432009-07-08T09:14:00.000-07:002009-08-01T17:45:26.487-07:00Conselhos de um velhinhoAproveitando as horas de "folga" das manhãs antes ocupadas pelas aulas, encontrei algumas "raridades", das quais há tempo não via. A começar por um vídeo encenado pelo personagem que atua nos antigos textos medievais. Acompanhada de uma orquestra, a figura toma o centro e começa a recitar algo que parece vir de algum lugar distante. O silêncio da platéia ecoa as frases ditas pelo Menestrel. A voz forte e a expressão no rosto reforçam o sentido das palavras: <em>“depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança.”.</em> Seriam conselhos de alguém que já viveu por muito tempo?<br /><br />Deixei o vídeo tocar e tocar, e tocar, mais de uma vez. A voz não estava mais apenas na tela do computador, já repercutia na cabeça. O personagem falava de derrota, de enfretamento, de amor e amizade, de família. Balançando-se de um lado para o outro, do outro para o um, o cantor e músico ambulante (menestrel) também disse dos atos humanos... <em>“Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. (...) Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve. Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade...”</em>. Talvez já naquela época, as pessoas tivessem certos problemas com a questão identidade.<br /><br />Acredito não ser um texto de auto-ajuda, do tipo, faça isso ou aquilo, não se arrependa do que fez e blá,blá,blá. Ao ouvir e ver, imaginei o Menestrel um senhor, velhinho, contando as experiências que teve, como se quisesse ensinar o que a vida lhe mostrou, quase assim, um desabafo. Por isso, talvez, a utilização da terceira pessoa e da repetição do verbo “aprender”. Bonito apenas... construtivo, quem sabe?<br /><br />Quanto à autoria, alguns atribuem ao poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. Outros, no entanto, dizem advir do texto “After a while” de Verônica Shoffstall. Pequeno grande problema de direitos autorais na internet. (Mas deixemos isso para um próximo post, caso contrário, a intenção inicial se perderá em uma discussão que não terá fim.)<br /><br />Termino então com as últimas linhas do texto e com a imagem de que, ao final da fala, o Menestrel agradece e a orquestra recomeça sua combinação de notas... o som que sela o dizer do velhinho... <em>“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.”</em><br /><br /><br />**Assista ao vídeo com a encenação do Menestrel<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/8eWzFlxjCpI&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/8eWzFlxjCpI&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-90314937280781009502009-07-06T09:19:00.000-07:002009-07-07T17:08:18.901-07:00Era final de tarde. O sol começava a esconder-se por entre as nuvens. O gelado do inverno esfriava os corpos, as coisas, as folhas. Não havia mais flores. As cores haviam sido trocadas pelo cinza da estação. A neve dava sinais de sua chegada.<br />Eis que no alto de uma pequena montanha, alguém abria os braços e sorria, sozinha. Olhava para baixo e enxergava mais do que a cidade que ali desaparecia. O vento limpava os pensamentos e empurrava os sonhos. A alma se enchia da beleza que não aparecia. A natureza fazia sua parte.<br />Tomada pelo sentimento, deixou a razão de lado. O tempo poderia esperar os poucos instantes que a fariam voltar mais viva e certa; e calma e outra.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTctnxtehkirUTUVzx6qbFb_6naK-NmSSfgI2HHyk7JWWeafkKXox7V61ig2M0iAzmzZEqldkueUbM6wGuIJeQzTRZVCYcaQRzswZvL_M3Wdq5q5NGp_C99qxU_hYgToY3AELLqslaATnE/s1600-h/PIC_0046.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5355384205325139730" style="WIDTH: 240px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTctnxtehkirUTUVzx6qbFb_6naK-NmSSfgI2HHyk7JWWeafkKXox7V61ig2M0iAzmzZEqldkueUbM6wGuIJeQzTRZVCYcaQRzswZvL_M3Wdq5q5NGp_C99qxU_hYgToY3AELLqslaATnE/s320/PIC_0046.JPG" border="0" /></a><br /><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-32101324522544182942009-07-02T06:24:00.001-07:002009-08-19T16:03:56.942-07:00Por uma legislação contemporânea e democráticaQuando escolhi ser jornalista e ingressar em uma faculdade foi para aprender. Aprender a técnica, o debate, a maneira de conduzir. Em uma faculdade, não se aprende a escrever, mas aperfeiçoar; não nos é ensinado a colocar acentos e fazer a pontuação da maneira correta, mas as diferentes formas que um texto pode assumir segundo as suas adequações. Aprende-se ética, legislação. Aprende-se a entender o papel da mídia na sociedade e o trabalho do profissional que dela participa. Considerar o diploma desnecessário é desqualificar, não apenas o ofício do jornalismo, mas também as informações que se encontram nos meios de comunicação. É retroceder uma conquista que titulou aqueles que lutaram pelo melhoramento do exercício.<br /><br />Indignados com a decisão do STF, os professores debatiam a obrigatoriedade do diploma. E, ao contrário dos que se opõem ao ensino das faculdades, o jornalista Tibério Vargas contou que quando ingressou na faculdade, o título não era necessário. Então por que entrou? Para aprender! Queria qualificação profissional. E assim como ele, tantos outros o fizeram. O diploma não censura a liberdade de expressão, ele dá condições para que tal liberdade seja expressa.<br /><br />Em muitos países, não é preciso cursar uma faculdade específica para exercer a profissão, basta que se tenha uma especialização na área. No entanto, cada vez mais, surgem, nas nações exteriores, faculdades que se preocupam com o ensino teórico e prático da profissão. A Europa, por exemplo, se encaminham para uma nova ideia em relação ao jornalismo e ao exercício do mesmo. Enquanto isso, nós aqui no Brasil seguimos na direção oposta. <br /><br />É claro que, em quatro anos, não se aprende tudo (aliás, tudo não pode ser aprendido em quatro, cinco, dez, vinte anos...). É óbvio que só na prática do dia-a-dia o trabalho pode ser aperfeiçoado. Mas isso não exclui a base. A faculdade é o alicerce, o norte, o mínimo. Saber da história, da técnica (porque é através dela que o conhecimento será passado), dos meios; para isso é a faculdade. E para os que reclamam da qualidade, uma pergunta: quantos são os que se dedicam e que realmente querem ser jornalistas? Se os alunos não dão valor ao que lhes é ensinado, mesmo que não considerem um bom aprendizado (desculpa que muitos se fazem), então não há professor que consiga passar o conhecimento adiante.<br /><br />O diploma não exclui a participação de outros profissionais para o esclarecimento da saúde, da física, do Direito ou de qualquer outra área. Nunca lhes foi barrada a participação, até porque, o trabalho do jornalista depende de todas as outras atividades. O nosso papel (incluo-me aqui pelo orgulho de cursar a faculdade e receber um diploma ao final) é elucidar as histórias contadas, traduzir termos técnicos, é dar voz a mais de um lado e passar o que foi contado para diferentes públicos através de mídias diversas.<br /><br />Minha esperança é que a decisão possa ser modificada. Acredito no Jornalismo, no ensino, na faculdade, nos professores, na profissão que escolhi.<br /><br /><br />** Assista ao manifesto dos professores da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS:<br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=JDrMStRLVFU"><strong>http://www.youtube.com/watch?v=JDrMStRLVFU</strong></a>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-5256899437852365702009-07-01T07:26:00.001-07:002009-07-01T20:38:13.243-07:00Flanelinhas de carteiraFlanelinha, termo advindo do português europeu, traduzido por “arrumador de carros” ou apenas “arrumador”. Transeunte nos centros urbanos, representa a figura do trabalhador que ganha dinheiro através de pequenos serviços no trânsito. Atividade de muita honra, pois se não o fosse, quem auxiliaria os barbeiros a estacionar em uma vaga pequena junto ao meio fio da calçada? Com a ajuda de uma simples abanada de mão e um sinal de “ok”, os mais desajeitados atravessam o sufoco. O “obrigado” vem então acompanhado de moedinhas, ou notas, que agradecem a boa vontade.<br /><br />Não mais com flanelas nas mãos, os guardadores ganham uma nova oportunidade na capital. De jaleco, calça, camisa branca e gravata, cerca de 20 “arrumadores” participaram da cerimônia que tornou legal a atividade por eles exercida. De carteira assinada, uniforme e identificação, eles agora têm profissão. E mediante o recebimento da famosa “esmolinha”, o motorista receberá um recibo que comprova os trocados dados. A pergunta é: será que vai funcionar?<br /><br />Segundo dados da Smic (Secretaria Municipal da Indústria e do Comércio), Porto Alegre abriga mais de 3 mil guardadores ilegais. A partir de hoje, grupos passam a ocupar as zonas delimitadas e supervisionadas pela Brigada Militar. E os ilegais como ficam? Será que serão escamoteados pelos que agora são merecedores do posto? A iniciativa corrobora para o aumento de empregos em tempos de crise e de maiores oportunidades para a classe trabalhadora. Então, na dúvida, confie sempre nos que agora se apresentarem de uniforme e, ao final, não esqueça de solicitar o recibo, não mais pela ajuda, mas pelo trabalho dos flanelinhas.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-68918736820473274252009-07-01T07:01:00.001-07:002009-07-01T07:27:29.068-07:00Ainda hei de contar... das cidades que conheci.. aventuras que vivi... No momento, só nostalgia de uma Alemanha que ficou...<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9l02kIRpIY2iFb0aXmhT99N9CIGKDXgpRLIalcKXm1iCGW9A9MXY3JckrFBup0y0UN4CZM1vtR4BwLmrPp0dVjAw2GxSGk7NqH8ZPYWVUiU04qS8K0bVbzX5y4nWlBngZMTr1tQ3XxpDu/s1600-h/PIC_0031.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353492353369910754" style="WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9l02kIRpIY2iFb0aXmhT99N9CIGKDXgpRLIalcKXm1iCGW9A9MXY3JckrFBup0y0UN4CZM1vtR4BwLmrPp0dVjAw2GxSGk7NqH8ZPYWVUiU04qS8K0bVbzX5y4nWlBngZMTr1tQ3XxpDu/s320/PIC_0031.JPG" border="0" /></a><br /><br />Ah... Deutschland...Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-57716849966241129962009-07-01T06:29:00.000-07:002009-07-01T06:30:47.540-07:00De voltaDepois de algum tempo... de viagens e estudo, a ideia é voltar para o mundo dos Blogs... e não apenas como leitora.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-47513146362527909062008-06-18T17:20:00.000-07:002008-06-18T17:24:03.076-07:00Mais que uma cobertura<span style="font-family:georgia;">Quando se fala em jornalismo internacional - o de guerra em especial - é possível refletir sobre a essência da profissão. Não é por acaso que um repórter é escolhido para noticiar os acontecimentos de uma cobertura no exterior. Antes de uma boa postura na televisão, ou mesmo, de conhecer detalhadamente as mais novas máquinas tecnológicas, o jornalista deve saber correr atrás da história, relacioná-la ao país de origem e ainda, querer estar o mais perto dos conflitos. Versatilidade, vontade e disposição também fazem diferença na maneira em que os fatos serão apresentados ao público. </span><br /><span style="font-family:georgia;"><br />Muito comum na atualidade são as reportagens que nada dizem. Ou melhor, que noticiam sempre o que já é conhecido. Isso acontece, porque, dentre os vários motivos – sendo o financeiro o mais evidente – o repórter não está no local. Baseado em um release, ou em informações colhidas por outros, o “profissional” constrói uma matéria fria, desinteressante e pouco importante. De nada vale enviar um correspondente que não vai às ruas, que não olha a sua volta e que não sabe apertar um botão para captar uma imagem. Não significa que o jornalista deve ser um especialista nas mais novas máquinas, no entanto, ele deve conhecer a técnica e saber aplicá-la, até mesmo, para diminuir os custos da empresa.<br /><br />Hoje, há uma vasta opção de pequenas câmeras, gravadores e aparelhos necessários a uma cobertura jornalística, mesmo que com uma qualidade levemente inferior. Talvez a imagem não possua a melhor definição e talvez a voz saia com ruídos. Todavia, são os detalhes importantes nestes casos? O que vale mais, um cabelo sob os olhos, ou a sensação de que o repórter está no local? Em coberturas de guerra, os “barulhos” fazem parte da notícia. E o jornalista não é o protagonista da história, ele é apenas o mediador. Não é ele quem deve estar impecável, os fatos é que devem receber o cuidado e que devem ser apurados da melhor forma. O profissional deve se preocupar com a informação e com o entendimento de quem a recebe.<br /><br />A função do jornalista de guerra é reportar o conflito. Às vezes, uma semana basta. Porém, o jornalista deve permanecer no local o tempo que for preciso. Tempo para apurar, tempo para entender. As guerras costumam ter um motivo, geralmente, histórico. Ler sobre o assunto e procurar na comunidade pessoas que possam explicar os fatos também são tarefas do profissional. É necessário que a cobertura seja compreendida para que mundo tenha conhecimento dos diferentes pontos de vista. Uma visão errada pode causar mais prejuízos e até mesmo, gerar novos conflitos.<br /><br />Correspondente de guerra não desfruta de glamour. Não há tempo para isso. Uma boa cobertura exige trabalho, esforço e dedicação. O jornalista deve ser um operário que busca, a cada dia, elementos importantes para a edificação de uma boa matéria. Uma reportagem que contribua para o entendimento dos fatos e que realmente faça a diferença. Uma cobertura pode mudar um pensamento, não apenas de um único individuo, mas de uma população. O jornalista de guerra pode não saber, mas o seu papel pode ter grandes repercussões, positivas ou não.</span><br /></span>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-91930255941945823982008-06-18T17:17:00.000-07:002008-06-18T17:20:18.867-07:00<span style="font-family:georgia;">Gente,</span><br /><span style="font-family:georgia;">Peço desculpas pela ausência, o final de semestre andou ocupando grande parte de meu tempo. Espero poder atualizar com mais freqüência =)</span>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-43382799827422308512008-05-10T17:13:00.000-07:002008-05-10T17:19:00.722-07:00Uma história de verdadeHistórias são para ser contadas, ouvidas, interpretadas. Algumas são escritas, outras falam através da combinação de imagens, cores ou retratos. Histórias divertem, ensinam e até fazem chorar, em especial, quando a narrativa não diz respeito a um único indivíduo. Há momentos em que as idéias contidas em um texto – construído por palavras ou figuras – podem representar uma realidade que interessa ao mundo inteiro. E quando isso acontece, a arte do contar concretiza a riqueza de uma história passada a diante.<br /><br />Terminou hoje, em Porto Alegre, a exposição <em>Anne Frank</em> - <em>Uma História para Hoje</em>. Durante um mês, palavras e imagens uniram-se, na Usina do Gasômetro, para contar a vida da adolescente que, por causa da perseguição nazista, viveu 25 meses escondida em um Anexo Secreto. Assim como a família, Annelise Marie Frank era judia. O esconderijo foi a alternativa encontrada para fugir do holocausto que aterrorizava o mundo europeu. Anne dividia o pequeno espaço com o pai, Otto H. Frank, a mãe, Edith Frank, a irmã, Margot Frank e mais quatro pessoas. Após a Guerra, apenas o pai sobreviveu. Os outros, incluindo a menina, foram descobertos e deportados aos campos de concentração.<br /><br />Durante o tempo em que esteve escondida, Anne descobriu uma forma de mostrar o horror da época. No diário que ganhou de aniversário, a jovem dividiu as angústias, o medo e o sofrimento vivido. Hoje, o diário de Anne Frank é um dos livros mais lidos no mundo. A história contada pela jovem oferece um outro olhar sob o regime que deixou um saldo mínimo de 30 milhões de mortes. A exposição que percorre diferentes países desde 1996 é também um alerta, uma ressalva para que todo o tipo de fanatismo seja combatido. Histórias como a de Anne devem ser lidas, ouvidas e passadas a diante.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-78251373875393344682008-04-13T07:59:00.000-07:002008-04-13T08:11:13.905-07:00Circo BrasileiroEles estão em todo o lugar. A toda hora. Sem descanso nem repouso, vivem em um mundo onde pedir é o trabalho e ganhar, o prazer.<br /><br />Das ruas tiram o sustento, das árvores fazem suas casas. Alguns trocam, outros brincam de circo. Há também os que possuem o dom de comover, um olhar cabisbaixo, um rosto encolhido. E que dom. Não importa onde você esteja, sempre vem um a pedir: tio, tem uma moedinha?<br />Alguns são grandes. Outros não passam da janela em que, incansavelmente, se debruçam para facilitar a compreensão. Tio, não tem mesmo? Não, não tenho. Esta é a resposta mais freqüente. Não por falta de compaixão ou por insensibilidade. Mas, se fossemos dar, a cada esquina, uma moedinha apenas, no final do mês, poderíamos evidenciar uma diferença significativa no bolso. Sem contar que, por vezes, a abordagem dos pedintes assusta. Não deixa de ser um ato invasivo.<br />Não gosto de dar dinheiro. Nem tanto por questões financeiras, mais por razões de conduta. Sempre que posso, carrego algum tipo de comida, bolacha, bala ou algum docinho. Esmola não ajuda, apenas estimula a permanência nas ruas. Não sei para onde vai o dinheiro. Se é o correto? Não sei, não acho que esta seja a melhor solução, mas a comida, pelo menos, tem um destino certo.<br /><br />Não é fácil equiparar o Brasil ao patamar de países Europeus, onde o conceito de pobreza não chega nem aos pés do que vemos aqui. Mas deixar-se envolver pelos rostinhos sofridos que aparecem na janela do carro, é colaborar para que eles continuem lá. Se pedir for trabalho, a rua vai continuar a ser casa. O circo vai ser montado e o espetáculo não terá fim.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-57407570204644384612008-03-31T19:29:00.000-07:002008-03-31T20:09:48.349-07:00Quando uma coisa é para dar errado...Uma desgraça nunca vem sozinha. Por menor que seja, sempre virá acompanhada. Certo? Quem nunca ouviu a frase “se alguma coisa der errado, ela vai dar errado e da pior maneira possível” ? Ou ainda, “entre dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um improvável”? Não é brincadeira, nem pessimismo. São apenas variações da chamada Lei de Murphy. E o pior é que ela se confirma.<br /><br />Há mais ou menos um mês, pude assinar embaixo do que o engenheiro Edward A. Murphy escreveu. Certa manhã, acordei com dor de cabeça. Como sofro de enxaqueca (e quem a tem sabe exatamente o quão prejudicial pode ser), resolvi tomar um remedinho para evitar futuras inomodações. Contudo, esqueci. Não me importei pelo fato de sempre carregar um na bolsa. "Tomo quando chegar no trabalho", pensei. Todavia, não deu tempo. Fui direto me arrumar, faria uma reportagem em um asilo e precisava me apressar. Como meus objetos pessoais ficam em um armário chaveado – já que andar com bolsas e pastas é um tanto quanto desconfortável - saí sem o remédio. E foi a partir deste momento que a lei de Murphy começou a vigorar.<br /><br />A dor foi aumentando e minha cabeça latejava. O dia estava quente e não pudia tirar o <em>taillieur</em>, já que a reportagem era filmada. As horas se arrastavam. Meu alívio foi avistar o carro que nos levaria de volta à PUCRS. E que alívio.<br /><br />Durante as férias, voltava de ônibus em virtude do horário de verão. Mas naquele dia, não agüentei. Deixei de lado a tal independência juvenil - aquela que a gente quer mostrar que tem quando ainda mora debaixo do mesmo teto dos pais - e joguei-me nos braços da comodidade, neste caso, necessária. E como foi bem vinda.<br /><br />Enquanto aguardava pelo remédio que salvaria o dia, já podia sentir o aconconchego de minha cama e o sossego do meu quarto.<br /><br />Foi quando avistei. Lá vinha ele, o fuca da família. A relíquia que sai da garagem quando o carro está no conserto. Ele estacionou, eu entrei. E deitei. Caí no banco como se fosse o colchão sob o qual me acomodo todas as noites. Fechei os olhos.<br /><br />De repente, ele parou. Apagou. Sim, em plena Ipiranga, no fim da tarde, o carro simplesmente morreu. “Deu pros cocos” como diriam os mais velhos. E agora?<br /><br />Estávamos de quatro . Minha avó acelerava e nada acontecia. Os carros buzinavam. A cabeça formigava. Ainda estava quente. E agora? “Vamos ter que empurrar” sugeriu minha mãe. Minha irmã discordou. Fiquei quieta, talvez estivesse processando a informação. Esperei alguns minutos e concordei, fazer o quê? Se esta é a maneira mais rápida de chegar em casa, vamos lá. Convenci minha irmã - às vezes é possível - e fomos. A esta altura a dor já tinha se espalhado por todo o corpo, até porque, tive que rir da situação. Melhor que chorar. Empurramos até saírmos do meio da rua. E, no caminho, um ser abençoado resolveu nos ajudar, talvez tenha ficado com pena daquelas desengonçadas empurrando. Minhas pernas balançavam. Lataria pesa.<br /><br />Depois um bom tempo, a salvação. Meu avô, um carro, meu travesseiro. Nunca a casa foi tão bem-vinda... que dia comprido. E que leizinha, hein?<br /><br />Queira Murphy constatar outros fatos, quem sabe mais positivos... Enquanto isso, torça para que o pão caia com a geléia para cima, para que se você conseguir driblar uma coisa que poderia dar errado de 4 maneiras diferentes, uma quinta não apareça e, claro: Sorria! Amanhã pode ser pior.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-23911763765767947292008-03-21T13:45:00.000-07:002008-03-21T15:45:11.995-07:00Comemoração conjunta<span style="font-family:verdana;">2008, um ano incomum. Sim, este ano é especial. Não por ser o último bissexto da década de 2000. Nem pelo outono que promete escassez de chuvas. A novidade, que o fará ser lembrado na história, é a Páscoa. Ou melhor, a data em que ela é celebrada.<br /><br />O dia em que é lembrada a ressurreição de Jesus Cristo não é escolhido por acaso. A Páscoa cristã é comemorada no primeiro domingo após a lua cheia do outono -no hemisfério sul - ou da primavera - no hemisfério norte. Isso porque é contada segundo o calendário judaico que, por sua vez, é baseado nas fases da Lua. Complicado?<br /><br />Acontece que, este ano, a Páscoa (do latim Pessach) será festejada muito antes se comparada ao usual (de 22 de março a 25 de abril). A última vez em que ocorreu de forma antecipada foi no ano de 1913.<br /><br />Coincidentemente, a celebração cristã veio ao encontro de outra comemoração: o possível aniversário do profeta Maomé, expoente da religião islâmica. Mais um motivo para ser lembrada.<br /><br />Isso quer dizer que estão todos felizes? Antes fosse...<br /><br />Do lado cristão, a Páscoa é um momento de reflexão. Mas parece que o que mais se reflete são os preços das lembranças, o peixe mais barato, o recorde no varejo. Alguns ainda aproveitam os dias para fazer o que nunca fazem ou adiantar tarefas já que não precisam comparecer ao trabalho. O tal sentido é esquecido e cede o lugar à correria dos tempos modernos.<br /><br />Do lado islâmico, a data serviu para o reaparecimento de uma das figuras mais temidas na atualidade. Osama Bin Laden aproveitou a comemoração para fazer um “pedido” à União Européia. Na gravação publicada em um site islâmico, o líder da Al- Qaeda pede que as autoridades tomem uma forte atitude quanto a divulgação das charges que envolvem o profeta Maomé. O fato é discutido desde 2005.<br /><br />E assim como veio cedo, a Páscoa também não tarda a ir embora. Segunda feira, tudo começa outra vez. Descansados, retoma-se a vida. As tarefas voltam a ocupar a cabeça (se não estiveram presentes durante os dias de folga) e as atividades voltam ao normal. Da reflexão pouco fica, quando muito, dura até mais alguns meses. Talvez a maior repercussão seja mesmo a aparição do líder islâmico, afinal, esta se estende por um bom tempo.<br /></span>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-92013320341067336262008-03-02T09:45:00.000-08:002008-03-02T09:51:31.829-08:00Razão de serDisseram-me que ele tinha voz de anjo. Não sei, nunca ouvi um para poder comparar. Mas que era divina, ah, disso não tenho dúvidas.<br /><br />O auditório estava lotado. Atenção máxima aos poucos minutos que ficariam eternizados na lembrança. Antes mesmo que ele aparecesse, já era possível sentir o timbre inigualável e os agudos inconfundíveis. Sim, era ele, Milton Nascimento, em Porto Alegre.<br /><br />Acompanhado pelo grupo Jobim Trio, Milton reviveu a Bossa Nova e os sucessos de sua carreira. Mesmo sentada na galeria da esquerda – o que implica uma visão lateral e leves fisgadas nas costas – o show foi bom e pagaria para ver de novo. Não há ritmo que faça a alma querer tanto dançar e que remexa tanto o corpo sem querer. Samba, Bossa, Milton.<br /><br />Ao chegar em casa, ainda com as canções ressoando na cabeça, uma sensação de saciedade tomou conta de mim. Algo diferente de quando ligo o rádio para ouvir o que toca, um efeito distinto das músicas que, na atualidade, conhecemos por sucesso.<br /><br />Muitos dos que estavam lá eram mais velhos que eu e talvez para eles o show tenha tido um significado a mais, pois ao som de melodias como “Coração de Estudante” talvez fosse possível recordar uma juventude que ia às ruas protestar, uma mocidade que sabia o que queria.<br /><br />Hoje não é mais comum o engajamento estudantil, a junção de pessoas que pensam além, que têm sonhos semelhantes e que querem vê-los realizados. Parece que é tudo muito fácil ou tão difícil que nada é possível. Ou é preguiça ou desesperança. A vida tornou-se uma regra, uma rota que impede seguir por outra direção, pois quem assim o fizer, pode perder vez. E para muitos, isso significa ficar para trás.<br /><br />As composições de tempos passados diziam mais. São poemas ritmizados, denúncias fantasiadas, desejos alcançáveis. Daí a sensação de saciedade, pois é disso que carecem as vidas sem razão.<br /><br />Mas antes de qualquer comício, protesto ou passeata, é preciso observar, conversar, pensar. E se começar for difícil, então será o verdadeiro coração do estudante, que cuida da vida, toma conta da amizade, que tem “alegria e muito sonho espalhados no caminho, verdes, plantas, sentimento, folha, coração, juventude e fé”.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-63321998594602266832008-02-12T08:44:00.000-08:002008-02-12T17:00:00.649-08:00<em>"Um homem é o que ele lê, come e bebe na vida.</em><br /><em>Logo deve escolher a melhor leitura, </em><br /><em>a melhor comida</em><br /><em>e a melhor bebida, o café..."</em><br /><br />Goethe (1749-1832)Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-46858057824261060292008-02-12T08:27:00.000-08:002008-02-12T08:43:17.568-08:00Vício justificadoEm meados do século XVII, período das grandes revoluções científicas, a população européia foi surpreendida com a descoberta de uma planta denominada Kaveh Kanes. Proveniente do Oriente Médio, a novidade adentrou por Veneza e, aos poucos, foi ganhando espaço no continente. Da torra do fruto - um grão rico em potássio, ferro, zinco e magnésio – uma bebida deliciava os presentes das antigas reuniões religiosas. Mas o sucesso foi tanto, que o líquido negro tornou-se indispensável em locais para conversas, debates, política e negócios. Logo, o café transformou-se sinônimo de cultura e aprendizado.<br /><br />Apesar do rápido consentimento por parte do povo, o fluído foi, inicialmente, rejeitado pelos líderes católicos. Isso, por ser oriundo de mulçumanos – para ecumênicos, considerados infiéis - e pela cor, representando um sinal do diabo.<br /><br />Foi preciso um século para que o papa Clemente VIII, Ippolito Aldobrandini, batizasse e abençoasse a bebida. Além disso, o pontífice determinou que o café deveria ser “puro como um anjo e doce como o amor”(<a href="http://cafeesaude.com.br/">http://cafeesaude.com.br</a>).<br /><br />Em Londres, o líquido tomou o lugar de muitas bebidas como cervejas escuras, hidromel com álcool, licores, menta, conhaque, vinhos e whisky, contribuindo, assim, com a saúde dos britânicos.<br /><br />Também os jovens colaboraram para a ascensão do café. As tabernas, até então freqüentadas, foram substituídas pelas butiques, que esbanjavam elegância e eram "bem vistas".<br /><br />Durante muito tempo, a planta que sustentou a economia do país ao final do século XIX, foi desaconselhada por médicos e especialistas, pois alegavam ser prejudicial à saúde.Todavia, nos últimos 20 anos, o café vem perdendo a fama de vilão. Em 2007, liderou as publicações positivas na área medicinal.<br /><br />Após a realização de 19 mil testes, o cientista Tomas De Paulis constatou que, muito antes de prejudicar o bem estar, o café pode prevenir e ajudar no combate à doenças como depressão, alcoolismo, Mal de Parkinson e diabetes do tipo 2. Quem diria, tão criticada, a bebida é, novamente, reverenciada. Agradecem os que sempre acreditaram na boa e companheira xícara de café. Até mesmo quem não gosta, há de admitir que cheiro igual não existe. O aroma forte e reconhecido à distância, deve-se aos compostos formados durante a torra. Esses conseguem ser mais voláteis que as flores, que os perfumes e que os vinhos, tornando-o irresistível.<br /><br />Aproveitem enquanto o café está no auge das pesquisas e enquanto seus benefícios são aprovados, pelo menos, até que venham novas descobertas e ele seja descartado. Aproveitem antes que ele volte a ser o vilão da história.Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-53461923801394698032008-01-13T11:57:00.000-08:002008-02-12T16:58:53.781-08:00O poder das cores<span style="font-family:verdana;">Rosa, roxo, vinho e verde escuro. Um pouco de preto, branco e laranja também. Todas elas justapostas. Emaranhadas. Cores que se unem e correm num sentido ondulado. Uma figura adventícia, mas de estranheza agradável, bela. Uma obra que mistura a exatidão geométrica com a liberdade de criar. Inspirada em Tarsila do Amaral, Beatriz Milhazes é hoje uma das pintoras de maior destaque no Brasil e fora dele. Seus quadros são admirados por apreciadores no Japão, em Nova Iorque e Madri.<br /><br />Vermelho, cinza, preto. Não tem rosa, nem amarelo. Não tem verde nem azul. A única cor quente, segundo a arte, torna-se fria. Também não há beleza. Estas cores cobrem o cenário de uma luta pelo poder, uma guerra que já levou 700 vidas. Uma obra sem custos. Uma paisagem que assusta populações do Japão, de Nova Iorque, do Brasil e do mundo, mas em especial, do Quênia, porque lá é o local onde o quadro está sendo pintado.<br /><br />Branco. O tom que recebeu as reféns que estavam sob o poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Uma arte comovente, porém de um alvo que esconde a constante busca pelo domínio. Nuance que denuncia a guerra entre os povos. Uma névoa que encobre a política que sempre deixa a desejar.<br /><br />Tanto o roxo da Beatriz, quanto o vermelho do Quênia e o branco da Colômbia têm algo em comum. Todos estes matizes ilustram quadros espalhados no mundo inteiro. Os da artista não saem por menos de 40 mil dólares. Os outros não costumam ter preço. Vida não se paga. Que os cenários mudem. Que as cores se misturem e formem novas obras, mais belas talvez. Ah... se dependesse apenas de uma palheta e de um pincel....<br /><br /><br /></span>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3925316265699241994.post-23707411461098698932007-12-25T06:46:00.000-08:002007-12-25T06:51:44.068-08:00É possível?<span style="font-family:verdana;">*João assistia à televisão quando o telefone tocou. “Filho”, chamou a mãe. “Papei Noel mandou um presente de natal para ti”. O garoto parou por um instante e depois sorriu. Eles arrumaram as malas e vieram para Porto Alegre. João recebera um doador e seu presente fora um rim. No hospital, a criança realizou todos os procedimentos com alegria. E nem os doze cortes tiraram daquele rostinho a vontade de ficar bem. O pequeno é forte e sabe o valor que a vida tem.<br /><br />*Vitória brincava na sala digital. Naquele lugar, os computadores são janelas para o mundo de fora. Ao seu lado, *Rosa escolhia para o assistente voluntário os números para apostar na lotérica. E com esperteza a garota adiantou-se: “Se tu ganhares, eu quero a metade”. É assim que elas passam o tempo e esquecem um pouco os tratamentos e procedimentos médicos, que, por vezes, doem, machucam, incomodam.<br /><br />Essas pequenas vidas cruzam-se com muitas outras no Hospital da Criança Santo Antônio. São histórias de força e carinho. De amor e enfrentamento. É admirável ver tanta coragem em seres tão novinhos.<br /><br />Este ano, há menos crianças internadas. “Que bom”, pensei. No entanto, a felicidade durou pouco. Como iria abrandar, consideravelmente, o número de pacientes. Será que eles deixaram de ficar doentes? Será que os acidentes reduziram? Esperança minha. A causa da momentânea alegria não tem nada de encantador. O porquê reside na diminuição de leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um lugar que era para ser público torna-se cada vez mais privado. E quem realmente precisa acaba sem assistência.<br /><br />O que falta? Mais do que um olhar, ajuda. Nem sempre em dinheiro. Talvez, na busca por mais justiça. Cada um contribuindo com o que pode. Sem sonhos, a humanidade não evolui. Quem sabe, pelo menos no Natal, a gente possa ter uma outra visão e, até mesmo, acreditar que algumas coisas podem ser diferentes. Crer que é possível mudar.<br /><br />Feliz Natal a todos!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">* nomes fictícios para preseravar fontes.</span>Ana Biccahttp://www.blogger.com/profile/16401628154222830984noreply@blogger.com5